EXERCENDO A GRATIDÃO
A gratidão não é um gesto, mas uma respiração da alma — o pulso primordial que nos lembra que a vida, em sua teia intricada de caos e perfeição, já dança em harmonia secreta. Cada ruga no tempo, cada rosto que cruza o nosso caminho, até mesmo as sombras que insistimos em temer, são notas de uma sinfonia que não erra. Reconhecer isso é mais que aceitação: é render-se ao mistério de que estamos, todos, entrelaçados no lugar exato onde precisamos estar para despertar.
A prática da gratidão, então, não se reduz a um exercício, mas a um ritual de presença. Escolha um instante qualquer — talvez quando a luz da manhã beijar o chão, ou no silêncio entre dois compromissos — e pare. Deixe o mundo ruidoso do lado de fora esvair-se como areia entre os dedos. Feche os olhos e procure, nas dobras do seu cotidiano, aquilo que te faz suspirar de alívio ou de ternura: um café quente entre as mãos, a voz de alguém que atravessou o oceano do esquecimento para te dizer "lembrei de você", ou até mesmo a cicatriz que carrega, testemunha de que sobreviveste. Não pense — *sinta*. Deixe que a gratidão escorra do peito como um rio subterrâneo, lavando a ferrugem da pressa.
Permita que essa corrente aquiete as perguntas e inunde cada célula. Não se apresse em transformá-la em palavra ou ação; primeiro, deixe-a *ferver*, expandir-se como um vinho antigo na taça do coração. É ali, nesse êxtase quieto, que o comum se transfigura: o agradecimento por um abraço torna-se um monumento ao amor que resiste em meio às guerras do mundo. A gratidão por um pássaro na janela converte-se em um hino à liberdade que ainda nos habita.
E então, quase sem perceber, você estará irradiando não uma "frequência", mas uma *chama viva* — a mesma que ancestrais acenderam ao redor de fogueiras, que poetas invocaram em versos sussurrados, que mães transmitem em canções de ninar. Essa chama não busca dominar o invisível; ela simplesmente *existe*, e em seu brilho delicado, reconecta você ao todo. Não é magia, é humanidade em estado puro: quando agradecemos com as entranhas, não mudamos o universo — nos tornamos, finalmente, parte consciente dele.
A verdadeira gratidão é um ato de rebeldia. Enquanto o mundo grita escassez, você escolhe ver abundância na fissura. Enquanto algoritmos vendem urgência, você celebra a eternidade contida em um só instante. E nesse movimento íntimo, quase clandestino, você não emite "assinaturas vibracionais" — você se torna um farol. Sem precisar dizer uma palavra.
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