Não-Dualismo: Uma Exploração

Ao adentrarmos o conceito de não-dualismo, é crucial lembrar que estamos nos referindo a um estado mental, uma perspectiva interna, e não a uma realidade física observável. Um exemplo clássico para ilustrar essa ideia é o famoso enigma: se uma árvore cair na floresta e não houver ninguém por perto, ela emitirá algum som?
A resposta, surpreendentemente, é negativa. O som não existe como uma entidade independente, mas sim como uma vibração percebida por um ouvinte. Da mesma forma, a matéria, em nível quântico, revela-se como ondas de energia que só se manifestam como partículas quando observadas. Essa interdependência entre observador e observado questiona a existência de uma realidade objetiva e separada.
A dualidade, portanto, não é uma característica intrínseca do universo, mas sim uma construção mental. Sem um observador, não há nada a ser observado. A física quântica corrobora essa ideia, sugerindo que a realidade é fundamentalmente interconectada e dependente da consciência.
O conceito de unicidade, presente em diversas tradições espirituais, postula que toda a existência é uma expressão de uma única realidade subjacente. No entanto, a maioria das pessoas que busca essa unidade comete o erro de acreditar que a criação e o criador são entidades separadas. Essa visão limita a compreensão da realidade e impede a realização plena da união com o divino.
O Buda, por exemplo, alcançou um alto nível de iluminação, transcendendo a dualidade da mente. No entanto, mesmo ele não atingiu a completa unidade com o divino durante sua vida mais conhecida. A razão? A mente que criou a ilusão da separação ainda não havia se dissolvido completamente.
O verdadeiro despertar espiritual envolve não apenas a percepção da unidade, mas também a escolha consciente de se alinhar com essa realidade. É a rendição da vontade individual em favor da vontade divina, uma decisão que transcende o tempo e o espaço.

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